quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Xilografura- Definição e histórico- Carina Lima Schafran 7º c nº 07

História

A xilogravura já era conhecida dos egípcios, indianos e persas, que a usavam para a estampagem de tecidos. Mais tarde, foi utilizada como carimbo sobre folhas de papel para a impressão de orações budistas na China e no Japão.

Com a expansão do papel pela Europa, começa a aparecer com maior frequência no Ocidente no final da Idade Média (segunda metade do século XIV), ao ser empregada nas cartas de baralho e imagens sacras. No século XV, pranchas de madeira eram gravadas com texto e imagem para a impressão de livros que, até então, eram escritos e ilustrados a mão. Com os tipos móveis de Gutemberg, as xilogravuras passaram a ser utilizadas somente para as ilustrações.

A descoberta das técnicas de gravura em metal fez com que a xilogravura perdesse sua importância no decorrer da Idade Moderna, mas nunca desapareceu completamente como arte.
No final do século XIX, muitos artistas de vanguarda se interessaram pela técnica e a resgataram como meio de expressão. Alguns deles optavam por produzir obras únicas, deixando de lado uma das principais características da xilogravura: a reprodução.

No Brasil, a xilogravura chega com a mudança da Família Real portuguesa para o Rio de Janeiro. A instalação de oficinas tipográficas era proibida até então. Os primeiros xilogravadores apareceram depois de 1808 e se espalharam principalmente pelas capitais, produzindo cartas de baralho, ilustrações para anúncios, livros e periódicos, rótulos, etc.

Os editores dos livretos decoravam as capas para torná-las mais atraentes, chamando a atenção do público para a estória narrada. Para isso, utilizavam o que estava à mão: poderiam ser os clichês de metal (são como carimbos) que começavam a substituir os de madeira no início do século XX ou simples vinhetas decorativas. A xilogravura como ilustração, feita sob encomenda para determinado título, nasce da necessidade de substituir os clichês de metal já gastos. Por isso, não é difícil encontrar xilogravuras de capas de cordel imitando desenhos e fotografias de clichês. Mas, a xilogravura popular nordestina ganhou fama pela qualidade e originalidade de seus artistas.

Hoje em dia, muitos gravadores nordestinos vendem suas gravuras soltas além de continuarem a produzir ilustrações para as capas dos cordéis. Gravadores como J. Borges, José Lourenço, Jerônimo e muitos outros, expõem seus trabalhos em importantes instituições no Brasil e no exterior.

Definição de Xilogravura:

A xilogravura é um processo de gravação em relevo que utiliza a madeira como matriz e possibilita a reprodução da imagem gravada sobre papel ou outro suporte adequado.

Para fazer uma xilogravura é preciso uma prancha de madeira e uma ou mais ferramentas de corte, com as quais se cava a madeira de acordo com o desenho planejado.

Depois de gravada, a matriz recebe uma fina camada de tinta espalhada com a ajuda de um rolinho de borracha. Para fazer a impressão, basta posicionar uma folha de papel sobre a prancha com tinta e fazer pressão manualmente, esfregando com uma colher ou com as mãos, com a ajuda de uma prensa.

É uma técnica bastante simples e barata; por isso se presta tão bem às ilustrações das capas dos folhetos de cordel.


Curiosidades:

As áreas cavadas na madeira não recebem tinta e a imagem vista na madeira sai espelhada na impressão; no caso de haver texto, grava-se as letras ao contrário.
Os gravadores(que realizam a xilogravura)nordestinos fabricam suas próprias ferramentas de corte com pregos e varetas de guarda-chuva, por exemplo, para conseguirem diferentes efeitos no desenho.

Fonte:http://www.teatrodecordel.com.br/xilogravura.htm

A xilogravura é muito importante para o Cordel pois ilustra suas capas com desenhos muito variados, incluindo clichês de artistas de cinema, fotos de postais, retratos de Padre Cícero e Lampião. Sabe-se que o cordel antigo não trazia xilogravuras. Suas capas eram ilustradas apenas com vinhetas - pobres arabescos usados nas pequenas tipografias do interior nordestino.Para fazer o trabalho nas capas, os artistas usavam madeiras leves, como umburana, pinho, cedro, cajá.

Fonte: http://www.cordelon.hpg.ig.com.br/xilo.htm

Há indícios de que o livro Diamond Sutra foi o primeiro livro impresso através da xilogravura de que se tem notícia, produzido em 868, século IX:




Fonte: http://www.rightreading.com/printing/gutenberg.asia/gutenberg-asia-6-china-blockbook.htm



Mais alguns exemplos de xilogravuras:


GOELDI, Oswaldo (1895-1961) Cana Urbana, homem e cachorro



GOELDI, Oswaldo (1895 - 1961) Gato e peixe - Reproduzida no livro do artista “Osvaldo Goeldi Mestre Visionário”, página 60. Reproduzido no livro Um Auto-Retrato de Oswaldo Goeldi, página 67.

Fonte: http://www.tntarte.com.br/tnt/scripts/2006_agosto/imagens.asp?page_ini=171














As Parcas, 1513

Hans Baldung Green ( Alemanha 1484-1545)

Xilogravura

Museu de Arte do Condado de Los Angeles, EUA

Fonte:http://peregrinacultural.wordpress.com/2009/08/page/2/

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